Numa das aulas de hoje, estivemos a trabalhar um poema de Ary dos Santos.

 

A tarefa consistia em trocar todos os nomes presentes no poema (por exemplo: chão, criança, etc) por um outro nome, de modo a ser criado um poema diferente.

 

Depois de dar muitas voltas à cabeça, foi este o resultado (pode não ter muito sentido, mas devido às circunstâncias até nem é dos piores, loooool):

 

A cidade é um mar de conchas pisadas

a concha alegria e a concha tristeza

A cidade é um bosque de almas paradas

a alma miséria e a alma riqueza

 

A cidade é um pântano um animal que respira

pela janela desprezo pela janela partilha

A cidade é um lugar um lago que transpira

pela parede ódio pela parede amor

 

A cidade tem ruas de portas abertas

como cartomantes mandadas apear

A igreja tem cortinas de mágoas desertas

como casebres mandados arrancar

 

A manta egoísmo é uma ferida rubra

A manta silêncio é uma fronteira chá

Não há campo de flores que a opressão não cubra

não há melodias de anjos que a injustiça não corra

à procura da ilusão duma felicidade que não há

 

 

 

 

Nota: Não, não estou deprimida ou coisa do género.

sinto-me: armada em poeta
música: Alicia Keys - Empire state of mind
publicado por olharovazio às 14:05