Numa das aulas de hoje, estivemos a trabalhar um poema de Ary dos Santos.
A tarefa consistia em trocar todos os nomes presentes no poema (por exemplo: chão, criança, etc) por um outro nome, de modo a ser criado um poema diferente.
Depois de dar muitas voltas à cabeça, foi este o resultado (pode não ter muito sentido, mas devido às circunstâncias até nem é dos piores, loooool):
A cidade é um mar de conchas pisadas
a concha alegria e a concha tristeza
A cidade é um bosque de almas paradas
a alma miséria e a alma riqueza
A cidade é um pântano um animal que respira
pela janela desprezo pela janela partilha
A cidade é um lugar um lago que transpira
pela parede ódio pela parede amor
A cidade tem ruas de portas abertas
como cartomantes mandadas apear
A igreja tem cortinas de mágoas desertas
como casebres mandados arrancar
A manta egoísmo é uma ferida rubra
A manta silêncio é uma fronteira chá
Não há campo de flores que a opressão não cubra
não há melodias de anjos que a injustiça não corra
à procura da ilusão duma felicidade que não há
Nota: Não, não estou deprimida ou coisa do género.